5 de mai. de 2008

DEVANEIOS - O sonho desfeito - DÉCIMO SÉTIMO DIA




- Eram três horas da madrugada não conseguia dormir, resolvi me levantar, para escrever e pensar o que faria com o restante da minha estadia na cidade. Não gosto muito de planejar as coisas. Acho que elas devem acontecer espontaneamente. Pensamentos brotavam aos borbulhões; muitas perguntas e nenhuma resposta concreta; só indecisão. Depois do almoço saímos para ir ao correio despachar uma encomenda. No meio do caminho minha amiga resolveu falar sobre o ocorrido. Pensava que estava pronta para tocar no assunto normalmente. Estava enganada. Lágrimas teimaram em cair dos meus olhos. Tentei segurar e disfarçar com muita dificuldade.

Ao retornamos meu ex-grande amor estava numa casa próxima da nossa. Depois de alguns minutos veio me ver, como tinha prometido. Beijei-o no rosto, perguntei como estava. Falei sobre minha saída à tarde, tentando ser a mais natural possível. Falei que ficava bem com a camiseta de cor laranja; perguntei sobre a reunião da noite anterior; se estava tudo bem como ele. Comuniquei que tinha dito para minha amiga sobre nosso rompimento.

Sugeri que o nosso relacionamento não tinha dado certo, porém minha amizade por ele continuava a mesma. Ele estava “quase” que de costas para mim. Envergonhado? talvez.... não me encara, fica só calado. Há tinha tanta coisa para lhe falar, porém me faltou coragem. Tinha receio de chorar. Não falei nada. Depois foi embora, beijando minha mão ao sair. Permaneci sentada, imóvel.

Resolvi caminhar um pouco para refletir. Retornei. Entrei e subi para meu quarto. Na hora do lanche desci e o marido da minha amiga ficou muito indignado ao saber do nosso rompimento. Falou coisas bonitas me confortando, todavia me abalaram tanto que de tão emocionada e carente - chorei. Tive que engolir meu sofrimento - como sempre engulo. Tive que manter a calma que não possuía; o controle emocional que não tinha para amenizar a situação, tentando evitar que a amizade entre eles não fosse rompida. Muitas das vezes defendi-o mesmo que dissessem o contrário. Na opinião do casal, ele deveria ter esperado mais um pouco para o rompimento, já que estava prestes a viajar, no que concordei.

Disse não existir um mal que não traga um bem. Que nada acontece por acaso. Que Deus quis o rompimento mais rápido, porque se demorasse mais seria pior, porque eu sofreria muito mais.

Subi para meu quarto e voltei a escrever. O cansaço venceu e adormeci.(sonmarry)
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